obrigado Rita, pela inspiração e pelas emoções, sempre.
Com a Rita sabemos que podemos contar sempre com posts cheios de emoção e delicadeza; e, às vezes, surgem uns que nos tiram do sério com a sua verdade irritante, que teimam em se relacionar exactamente com aquilo que se está a passar connosco neste preciso momento.
E apetece-nos responder, em tom de solidariedade e desabafo, assim:
*
Passamos a fase de ler os livros A3, 60% desenhos coloridos, letra 15 e espaçamento 1,5...
Passamos a fase das festas pijama, a noite inteira a comer chocolates e gomas e batatas fritas e gelado e coca-cola, a ver "Antes do Amanhecer", e a falar dos rapazes da escola...
Passamos a fase de pôr os phones, olhar pela janela do carro, e fazermos uma viagem inteira a sonhar com o olhar dele e as coisas que ele vai dizer, a festa onde vamos dar o primeiro beijo e como deve ser bom ter um namorado...
Passamos a fase de achar que nunca vai acabar, que não conseguimos respirar sem ele...
Passamos a fase de amuar porque ele não te deu um beijo como costumava dar, e foi embora demasiado cedo...
Passamos a fase de sofrer como se a nossa vida tivesse deixado de fazer sentido quando as coisas acabaram, pela primeira vez...
De repente,acordamos, e... já não ficamos nervosas quando o rapaz que achamos mesmo giro vem ter connosco a meio da festa.
De repente, já não é a primeira coisa em que pensamos quando acordamos.
De repente, quando ouves aquela música, sabes perfeitamente que "I love you" não quer exactamente dizer "I love you" e consegues ver tão para lá daquelas promessas esperançadas, que até mete dó.
De repente, sabes a diferença entre "I love you" e "I love you, but I'm not in love with you".
De repente, é indiferente se é este ou aquele...
De repente, é indiferente se é algum.
De repente, as únicas pessoas que sabem alguma coisa do que estão a dizer nas músicas que escrevem são... a Fiona Apple!
De repente, as relações são mais associações práticas e de necessidade mútua do que qualquer outra coisa.
De repente, mesmo que os olhos dele brilhem, e um dia ele te tenha dado um embrulho gigante com aquela estrela pequenina que tu tinhas visto na noite anterior no meio, tu olhas para a cara de felicidade dele e pensas "ya... que giro..." por trás do teu maior sorriso cheio de felicidade sentida.
De repente, não é que te tenhas tornado numa amargurada, descrente, pessimista... é só que consegues ver tão claramente onde é que as coisas vão acabar que... deixou um bocado de fazer sentido.
6 comentários:
:')
às vezes ainda sinto saudades daquelas festas de anos, em que calculavamos todos os pormenores até ao infimo detalhe, até á encenação de pistas de dança e sessoes de "trivial", monopólio ou mikado, mesmo depois daquelas festas em que o ponto mais alto era o jogo do "quarto escuro", em que toda a gente sustinha a respiração, e se encavalitava no armário. :) ou ainda dos tempos do IRC, em que organizavamos aqueles grandes eventos sociais. :) das noites de verao em que iamos sempre, sem excepçao, para a praia ver as estrelas...
...mas depois também é bom aperceberes-te que nas festas de familia, já não te põem numa mesa á parte... e que agora a mesa "dos primos" deixou de ser as das crianças e é a mais disputada.
:)
sabe bem saíres e passares a noite toda a conversar e não saberes como vai acabar... sem aquela urgencia antiga de querer fazer tudo, porque já conquistaste a tua liberdade. :)
...e discordo.
a diferença é precisamente nunca saberes "claramente" onde é que "aquilo" vai dar.
a diferença é que agora, livre da época em que tudo era destino ou romance, não tem de ir dar a lado nenhum.
e se der, perfeito.
hmmmmmmm... ultimamente quando vejo algum número dentro do parentesis ao lado do envelope que significa que tenho e-mails, em vez de ficar curiosa, dá-me um aperto na barriga e acho mm q toda a minha expressão facial desce uns centimetros, na perspectiva que pode ser mais um mail mal-humorado... mas é mm bom abrir, e ver o teu nome por cima doutro nome (daqueles que um dia tu te orgulhaste de saber todo de cor...) e depois abrir e ter assim umas palavras à margarida. Pus feist pa ler o teu comment... mal vi a palavra "quarto escuro" soube que so podia ser muito bom... ahah ja me tinha esquecido do quarto escuro... :)
...e mantenho o saber exactamente onde vai dar. ;)
e o meu barometro emocional sempre foi o jorge palma.
aquela pessoa sabe da vida e conjuga palavras como ninguém.
(mentira. o sergio godinho escreve um bocadinh melhor... mas é mais prosaico. agora, o palma... todo ele é "vida".
:)
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